A ultima noite do Festival Seiva da Terra no gênero Tradicionalismo/Nativismo foi delas.
Lú Schiavo e Aninha Pires.
Festival de Arte e Cultura Seiva da Terra realizado dentro da Feira de Artesanato do Rio Grande – FEARG, que este ano encontra-se em sua 33.ª edição, e a Feira de Comércio, Indústria e Serviços – FECIS, em sua 16.ª edição, tornou-se ao longo dos anos um dos maiores eventos da Região Sul do Estado do Rio Grande do Sul.
A FEARG/FECIS 2011 que ocorreu do dia 21 de julho a 07 de agosto de 2011, no Centro Municipal de Eventos, em Rio Grande e contou com a participação de cerca de 400 expositores além de inúmeras atividades artístico-culturais, com uma dinâmica que visa atender seu público principal: a família.
O Festival modalidade Música, mais uma vez objetiva promover e divulgar a música produzida por grupos e pessoas amadoras ou profissionais que se dedicam a escrever e cantar as belezas e a história da nossa terra e da nossa gente, fomentando o intercâmbio cultural local, regional, nacional e internacional.
O Festival realizou-se nos dias 29, 30 e 31 de julho cada dia para um gênero. E o dia 31 foi à noite do Tradicionalismo/Nativismo, noite em que as mulheres deram seu recado.
A música vencedora foi “A Voz da América do Sul” letra e música de Danilo Kuhn. Na voz Lú Schiavo, que também recebeu o premio de melhor intérprete do festival.
Em segundo lugar a musica “Santa Fé e Torrão” na voz de Aninha Pires, letra de Gargione Ávila música de Aninha Pires,
Parabéns para essas mulheres que vêm mostrando seu talento e conquistando seu espaço no universo nativista, que essas prendas sirvam de exemplo para todas as outras que já estão na estrada e para as que estão dando seus primeiros passos.
Raquel B. Pires
"A Voz da América do Sul"
"Terminamos o mês de Julho com chave de ouro no palco, e iniciamos bem o mês de Agosto no resultado! "A Voz da América do Sul", que tem letra e música de Danilo Kuhn, ficou com o 1º lugar no 5º Festival de Arte e Cultura Seiva da Terra. Além disso, tive a imensa alegria de ganhar o prêmio de Melhor Intérprete do festival. A música contou com Adão Quevedo e César Martins nos violões, Cristiano Vieira no acordeom e Danilo Kuhn no baixo. Foi um fim de semana maravilhoso de muita amizade e alegrias! Em breve, vocês poderão conferir a música no Youtube! Um grande abraço aos amigos e MUITO OBRIGADA pelas palavras e pensamentos positivos que recebi!!!"
Lú Schiavo."Dos ranchos de santa-fé sei pouco, nunca conheci um, mas algumas vezes ouvi de meus pais, que habitaram esses lares humildes, relatos da infância emoldurada por paredes feitas de terra, de torrões de terra. E o que sempre me chamou a atenção em suas histórias foi a simplicidade, a pureza daquele viver, a união familiar, a terra dando abrigo àqueles que viviam dela, essa comunhão entre homem e campo, a sabedoria dos construtores dos ranchos e a delicadeza que as avós tinham para mantê-los arrumados e perfumados. Eram pobres, mas ricos de alma. A letra que recebi, de Gargione Ávila, o Seu Gargione, me fez relembrar essas histórias, e por isso não só me identifiquei com o tema, como tenho um carinho especial por ele. Mas, o que quero lhes contar é sobre a interpretação que eu tive da letra, depois, quando já havíamos feito a melodia e o arranjo dela, parecia outra letra, que não falava somente daqueles ranchos de santa-fé e torrão, mas também de outros ranchos, do teu rancho, do rancho em que eu habito, aquele que me deram pra eu passar por aqui e que um dia será tapera. Interessante, não é? E estou postando este texto porque não sei se outras pessoas podem ter a mesma interpretação e porque eu gostaria de saber o que um intérprete sente quando interpreta um tema. Mais do que uma casa, cantei o rancho em que habitaram meus pais e o rancho em que habito. O qual muitos miram de longe e tiram suas conclusões, mas só aqueles que se aproximam podem conhecer sua essência; meu rancho que vem do barro, que é da minha terra e tem por ela amor; meu rancho efêmero, que veio e voltará da terra, que veio e voltará ao pó; meu rancho que guarda marcas do meu tempo; meu rancho que lá adiante também será tapera. Poder cantar esses sentimentos e chegar ao teu rancho, vale mais que qualquer premiação, de 2º lugar, melhor letra, melhor arranjo e até mesmo primeiro lugar. Isso envaidece, traz reconhecimento ao trabalho que ainda “engatinha” e todos nós gostamos e muito, porque somos mundanos. Mas, se além disso, ainda cantarmos com o coração e entre amigos, o interior do rancho fica mais bonito, pois se enche de luz. (Meu agradecimento a Gargione Ávila, Elton Escobar, Alexandre Souza, Douglas Vallejos, Cristofer Pinho e Clarissa Ferreira, muita paz e luz! A foto do meu rancho é de Raquel Pires a quem agradeço por ter registrado o momento.) Boa noite, gurizada! “Quem vê um rancho de longe Pode achá-lo meio rude Só quem cruza suas soleiras Pode ver suas virtudes: Guarda o calor pros invernos, Pros verões guarda o frescor E pra dois apaixonados É mais que um ninho de amor Só quem habitou um rancho De santa-fé e torrão Compreende a poesia Que há na simples construção Feita por mãos calejadas De um João-de-barro, o construtor Formado nas faculdades Do campo e do corredor Só quem habitou um rancho De santa-fé e torrão Compreende a poesia Que há na simples construção Vem da terra, é amor É de barro e suor As paredes do meu rancho De santa-fé e torrão Tudo tem começo e fim Nada escapa desta sina E nunca se vai saber Onde começa e termina Se o homem retorna ao pó Pois foi do pó que surgiu, O torrão volta pra terra De onde um dia saiu Cada canto guarda a história Que foi vivida por mim E teve como moldura O chão de barro e o capim Neste rancho resisti À angústia das esperas Na certeza que lá adiante Nós dois seremos tapera.”
Aninha Pires
Fonte:
Fotos: Raquel B. Pires.
Conheça mais...
Lú Schiavo
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Aninha Pires
www.aninhapires.blogspot.com
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