"Sobre o toso do meu cavalo tenho a visão de um mundo onde sou tão completa, livre e sem qualquer preconceito. Simplesmente Feliz!!!!"

Raquel Borba Pires

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O espaço da mulher no universo nativista


Antigamente no universo tradicionalista a prenda tinha seu papel bem marcado, pelos seus afazeres como cozinhar, bordar, cuidar da casa. Mas também tinha que saber cantar, pois era uma forma de mostrar sua delicadeza e suavidade, cantava para alegrar as visitas ou simplesmente minar seu filhos. A mulher que cantava era vista com bons olhos pelo universo masculino.
Mas nos dias de hoje o tradicionalismo ta com uma nova cara onde eu denomino como “universo nativista” onde a mulher perdeu completamente seu espaço.
No nativismo cantasse a lida de campo o amor que o gaúcho tem pela terra, desde a simples recorrida de campo ate uma gineteada. Onde só se vê o orgulho do Homem sem espaço para a prenda, que nos dias de ontem foi um auxilio e tanto para a lida campeira.
A nem todas laçam e gineteam, mas montam a cavalo recorrem o campo, curam o gado. E ainda fazem a lida das casas. Com tudo isso ai tem quem diga que mulher não tem lugar no nativismo.
As mulheres sofrem maior preconceito no mundo artístico, pois esse sim é exclusivo para os meninos. Sendo poucas as que conseguiram penetrar e ganhar admiração sendo como letristas ou interpretes. Assim como Shana Muller, que esta sendo um exemplo para todas nos nessa caminhada, Nina França, Juliana Spanevello,Tuca Bacchieri(letrista), Aninha Pires e outras que estão surgindo como , Jéssica Berdet, Niandra Lacerda e muitas mais.
Vamos unir vozes para que o rio grande saiba que as prendas guapas que peleam com tanto orgulho e amor por esse chão, tenho o direito de cantar as belezas do nosso rincão.

Aninha Pires cantora que ganhou pela segunda vez o Festival Seiva da Terra-Rio Grande-RS, primeiro lugar no Gênero Nativista, Melhor intérprete e Melhor letra.
E também participa de outros festivais
aninhapires.blogspot.com.br











Jéssica Berdet,é interprete vocal é violão solo
Participou do IV Rodeio Artístico CTG Sentinela
da Fronteira - No rincão do bem querer
III Palanque do Nativismo - Pedro Osório.







Nina França Cantora e percursionista.
Com três CD’s gravados:
- Guitarra companheira;
- Demo Clássicos do Nativismo;
- Demo De Alma e Procedência Guarani.
Formação musical na ESEP, orientadora de musica da oficina Cante e Encante e promotora do projeto Cultural noite musiqueira.

Opinião de Nina França:
“No contesto histórico da mulher no nativismo, ela sempre foi a prenda, que nos remete a jóia de valor inestimável, e que deve cuidar do lar e ter dotes, como bordar, instruída e perfeita anfitriã. Porem no contesto musical nativista, que é um universo extremamente masculino, a mulher sofre todo tipo de discriminação, a começar pelos compositores e espaços.
A posição de hoje devido a evolução, traduz que a prenda, (mulher gaúcha) esta trabalhando ao lado peão, ocupando cargos de alta competência, mas mesmo assim na musica é muito restrita a abertura. Claro que já temos nossas conquistas, mas há muito a se conquistar pela igualdade de tratamento e espaço. Fato comprovado se olharmos a musicalidade nordestina e MPB, onde espaço das mulheres é até maior que dos homens. Vejo esta posição da mulher na musica nativista muito vinculado aos nossos costumes e a nossa tradição histórica.
Porem existe já grandes nomes se ressaltando e abrindo caminhos pro cantar feminino e isto nos remete a pensar que no futuro teremos nosso espaço.”

Nina França
http://www.ninafranca.com.br

Aqui vai um trecho da postagem de Fernando Massolini “na hora do amargo”

“A prenda gaúcha sempre desenvolveu papel importante na história, cultura e formação do Rio Grande do Sul. Inicio a prosa com Anita Garibaldi que inclusive peleou ao lado de Giuseppe a serviço da República Rio-Grandense na Revolução Farroupilha e também foi prisioneira na Batalha de Curitibanos.

Desde a década de 80 as prendas sempre estiveram envolvidas na música nativista, nomes como Lúcia Helena, Marilene Medeiros e Loma são lembrados até hoje. Antigamente o universo feminino ressaltava muito o pago, a família e os nossos costumes perante sociedade, uma das únicas exceções da época é a Loma, que interpretando em 1989 "Carreirada no Tempo" relatou não só as coisas simples do pago mas também o campeirismo e suas apostas numa Carreira de Época.

Hoje há duas fortes correntes femininas dentro do nativismo, a primeira é a música universal onde um ótimo exemplo é o novo trabalho da Shana Muller intitulado "Brinco de Princesa", nesse disco a Shana projeta uma linguagem mais abrangente com a música "Eu quero ser do Mundo". O segundo segmento é a música campeira de fato, essa relata lidas de campo como tropeadas e tiro-de-laço, exemplo disso é a Juliana Spanevello com a música "Pela Querência", onde canta o campeirismo dos quatro cantos do Rio Grande do Sul, seu disco é intitulado "Pampa e Flor" e está em fase final de gravação.

Eu particularmente gosto muito dessa corrente campeira pois admiro a coragem dessas mulheres em conquistar seu espaço dentro desse universo nativista até então dominado pelo público masculino. O fato é que seja com Anita Garibaldi em 1840 ou com nossas mulheres pampeanas do século XXI, a mulher gaúcha sempre estará peleando com toda sua força em busca de um Rio Grande cada vez mais gaúcho.

Regalo texto: Fernando Massolini
nahoradoamargo.blogspot.com

5 comentários:

  1. Buenas Raquel,
    Parabéns pela postagem, ficou muito bom mesmo.

    Quanto as opiniões, podemos ver que ambos consideraram o espaço feminino um tanto restrito dentro do nativismo, infelizmente é a realidade.

    Espero que o texto ajude para que nossas mulheres cantem um pouco mais a lida do dia dia apartir de agora.

    Baita abraço.

    Fernando Massolini
    nahoradoamargo.blogspot.com

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  2. Parabéns pelo blog, Napolitano! :D
    E pelas tuas fotos também, estão realmente lindas.
    Bjão,saudades! o/

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  3. Parabéns pela postagem, Raquel! E obrigada pela citação. Sobre esse tema ainda há muito o que se comentar e é a partir daí que conquistaremos nosso espaço, de igualdade, e nada mais. Acredito que, sim, estamos tomando o nosso espaço que nos é merecido, deixando de ser coadjuvantes e passando para protagonistas neste universo que é masculino (mais aí é que está a questão) é masculino porque nós o fizemos assim, pois a Mulher é quem educa e quem faz o pensamento da sua criação. Um abraço! Parabéns!

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  4. mas muy buena as fotos!!!!! Ubirassana Montero prenda ctg Sentinela dos cerros Caçapava do Sul;2CApital farropilha

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  5. olá Raquel, estive visitando teu blog, muito bom!!!
    gostaria de compartilhar cntg a presença de duas jovens interepretes e novamente de Jéssica Berdet no VI Palanque do Nativismo- Pedro osório.
    as meninas ganharam o premio de Revelaçao do festival. Estava muito lindo. vale a pena postar esta presença de mulheres tão jovens nos festivais.
    parabéns!!

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