Um pouco sobre a vida e o trabalho de Tarciane Tebaldi.

Gostaria de agradecer a Tarciane e sua equipe pela atenção de me enviar material para a entrevista que foi toda feita virtualmente.

Parabéns e muito sucesso.

Raquel B. Pires

“Nos confins da querência

orgulham-me nossas guerras

e ouço o grito dos livres

trazendo o canto da terra.”

Tarciane Tebaldi

Tarciane Maiara Cabral Tebaldi ou simplesmente Tarciane Tebaldi nasceu no dia 20 de setembro de 1991, no Hospital Santo Antônio da Cidade de São Sepé/RS. Com um ano e quatro meses, a família mudou-se para a Cidade de Bagé, Rainha da Fronteira, onde reside até o dia de hoje.

Aos quatro anos de idade, Tarciane ganhara do tio um rádio gravador de brinquedo, com um microfone, onde ensaiou seus primeiros versos. Um ano depois, ela entra para o fantástico mundo da Arte, iniciando o curso de Ballet no IMBA (Instituto Municipal de Belas Artes), curso que concluiu no ano de 2009, quando então formou-se professora de Ballet.

Já na Escola, apresentava-se em festas, comemorações e homenagens diversas, mas sempre cantando.

Demonstrou desde muito cedo o gosto pelas coisas do campo, assim como pelos detalhes que lembrassem o hábito e os costumes da nossa gente. Seu primeiro vestido de prenda (na foto da escada de mãos dadas com o irmão) era perceptível o brilho de seus olhos quando o vestia.

De personalidade muito ativa, Tarciane participou de diversas atividades esportivas na infância, como Karatê, Ginástica Olimpica e Capoeira, assim como atividades sociais, trazendo vários títulos de beleza para casa.

Mas do que ela realmente gostava era estar no meio da gauchada e aos 14 anos de idade, entrou para a invernada artística de uma entidade tradicionalista da nossa cidade, onde conheceu os festivais nativistas. Dois anos depois, encheu-se de coragem e enfrentou seu primeiro festival, sendo que daí não parou mais, chegando a conquistar, entre tantos troféus, o 1º lugar da Coxilha Nativista Piá de Cruz Alta e o 1º. lugar da Califórnia Petiça Internacional de Uruguaiana, ambos em 2009.

Estudou nossa história por ocasião de seus prendados, do que muito se orgulha, procurando levar o conhecimento adquirido pelos lugares aonde passa.

Na área da música, cursou Teoria músical, Acordeon e Técnica vocal no IMBA e encontra-se cursando Canto, com a professora Elizabeth Infantini, que lhe acompanha desde o 2º festival nativista. Também violão, na Academia de música Aquere, e Acordeon, com o professor Dilomar Jardim.

Na área intelectual, Tarciane concluiu o curso de Auxiliar de Veterinário em 2010 e encontra-se cursando Medicina Veterinária na URCAMP - Universidade da Região da Campanha.

Com 18 anos de idade, Tarciane lançou-se no mundo profissional com a gravação de seu 1º. trabalho fonográfico, entitulado "Campo e Mulher", gravado no Estúdio NV, de Nelcy Vargas, na Cidade de Dom Pedrito/RS.

Neste compêndio, a cantora traz três música de sua autoria, aventurando-se no mundo das composições.

Dona de uma voz suave, foi destaque da Revista Rota 20 recebendo o troféu Vitoriosas 2010 em meados de abril daquele ano, ofertado a mulheres que alcançaram seus objetivos no ramo ao qual se dedicam.

Alegre, sorridente, brincalhona, esta é Tarciane Tebaldi.

Entrevista com Tarciane




Orgu. MG: Como tu vês a musica em tua vida?
Tarciane: Acho que não vejo minha vida sem a música rsrs. É que ela já faz parte de uma forma tão natural que é difícil não ver assim. Claro que eu tenho outros objetivos também. No momento eu curso Medicina Veterinária e é uma profissão que pretendo exercer. Mas a música é tudo pra mim. Me pego cantando em momentos tristes, em momentos alegres, enfim é parte de mim.

Orgu. MG: Quais instrumentos tocas e de qual mais gostas? Por quê? Tarciane: Eu arranho uma gaita e um violão rsrs. Mas eu sempre gostei muito de gaita e não sei te dizer por que, surgiu esse interesse com a idade. Eu cheguei a tocar uma música no show de lançamento do meu CD aqui em Bagé, mas ainda me pego meio tímida pra tocá-la. Estou me encorajando. Violão sim, já pego e já me animo a tocar como agora no último show, no Canto Guri.

Orgu. MG: Quais são as influencias sobre a tua musica?
Tarciane: A principal influência que tenho para cantar e quando me atrevo a escrever é a perpetuação da nossa história através da nossa música. Esse fator influencia muito, por que na verdade, a música conta a nossa história, a nossa cultura, os nossos hábitos, só que de forma cantada. E entre artistas, eu admiro muitos deles, homens e mulheres que nos deram seus talentos como tesouros a serem resguardados. São muitos nomes para citar.

Orgu. MG: Qual a tua visão sobre a mulher dentro do nativismo?
Tarciane: Ainda vejo a mulher em número menor no nativismo em relação ao homem. Acho que temos aí talentos femininos que precisam ser mais difundidos em nosso meio. Não sei se diria que precisamos de mais valorização da participação feminina em festivais e eventos do gênero, mas algo nesse patamar. As mulheres atualmente ocupam lugares que antigamente eram exclusivos de homens. Estamos aí com a primeira Presidente do País, então nada mais justo do que acreditar em nosso trabalho, em nossa capacidade.

Orgu. MG: Tens orgulho de ser Mulher Gaúcha?
Tarciane: Nossa... e como! Sempre digo que se nascer de novo, quero repetir a dose: nascer mulher e gaúcha! A fibra, a garra da mulher gaúcha não tem comparação. Desde a época da Revolução Farroupilha a mulher já demonstrou sua força. E de la para cá, como eu já falei, elas vêm galgando terrenos dificeis em todos os ramos. EU TENHO ORGULHO DE SER MULHER GAÚCHA!!

Orgu. MG: A participação de mulheres nos festivais tem crescido. De que forma tu observas esse ponto? As oportunidades tem sido maiores ou é apenas impressão?
Tarciane: Acho que cresceram pouco Raquel. Como eu já havia dito, precisamos de uma maior valorização da nossa capacidade. Acho que precisamos aumentar esta participação feminina nos festivais.

Orgu. MG: Como a Tarciane descreveria a Tarciane?
Tarciane: rsrs...essa é difícil. Mas eu me vejo como uma pessoa alegre, simples, que adooorrraaa cantar e que gosta das coisas do campo. Gosto muito de andar a cavalo, gosto de animais de estimação, de tomar chimarrão (rimou) e me sinto bem quando estou num palco. Adoro minha família. De mais, sou como todos os demais jovens da minha idade.

Orgu. MG: Quais os planos de trabalho?
Tarciane: Recentemente estamos nos preparando para começar a gravação do 2º CD. Eu trabalho com três projetos, que são Campo e Mulher, Bem no Chamamé e Unidos pelo Rio Grande. Este último em parceria com o amigo Tiago. Provavelmente vá surgir algo novo ou modificar-se algum deles com a gravação do novo trabalho. Mas por enquanto estamos em fase de planejamento...

Orgu. MG: Deixa uma mensagem para a nossa juventude, nossos leitores e teus fãs.
Tarciane: Acho que eu poderia falar sobre os nossos anseios, sobre aquilo que tanto sonhamos: um dia ouvi falar que é muito difícil este caminho do canto. Que existem muitas barreiras a serem vencidas. Acho que quando nós realmente queremos, se temos o apoio da família e fé em Deus nada pode nos deter. Barreiras vão surgir, obstáculos vão se interpor, mas não há noite tão longa que o sol não volte a raiar. Portanto, se o teu desejo é cantar, é dançar, é tocar, não deixe que nada se coloque entre tu e ele. Acredita na tua capacidade e tem fé que tudo vai valer a pena! E não importa a idade, sempre é tempo de ser feliz!




Quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho de Tarciane pode visitar
o site

www.tarcianetebaldi.com.br

ou ainda o blog

www.shanetebaldi.blogspot.com

Tarciane Tebaldi